Estamos na segunda semana das atividades do 3º Festival Enogastronômico de Sete Lagoas, que será realizado do dia 15 de outubro a 30 de novembro. Nesta edição, sete restaurantes renomados da cidade aceitaram o convite e estão participando: A Francesinha Pizzaria; Empório Fino Corte; Fiorenza Pizzaria; Lagoa Espetos; Miracolo; Tsuki e Vila Bistrô.
Os restaurantes selecionados aceitaram a proposta de criar um prato exclusivo para o Festival, harmonizando com um excelente vinho. As Casas participantes receberam treinamento e consultoria da sommelier internacional de vinhos, Kaili Oliveira, e do chef de cozinha e especialista em harmonização de pratos, Henrique Burd. Os dois são profissionais altamente capacitados e participaram das duas edições anteriores do Festival.
Pensando no Festival e nos apreciadores de um bom vinho, aqui vão algumas dicas importantes sobre erros comuns na hora de degustar vinhos.
1 – Julgar o vinho pelo seu vedante
A rolha de cortiça maciça é, sem dúvida, o vedante queridinho de muita gente. Por isso, há quem não veja com os melhores olhos as tampas de rosca (screw cap), sintéticas e de vidro (vinolok), na preferência popular.
Se a rolha de cortiça possui toda sua tradição e charme como aliada, aposte na tampa de rosca vedante que é tendência mundial e traz modernidade e praticidade. Ela dispensa o uso de saca-rolhas para praia ou piscina, por exemplo. Já a vinolok tem um charme único e ainda permite reutilizar a garrafa depois.
2 – Servir vinhos em temperaturas diferentes das indicadas
Para algumas pessoas, a temperatura do vinho pode passar despercebida, como um detalhe, mas na verdade esse aspecto é de extrema importância e faz muita diferença na sua experiência.
Uma das crenças mais difundidas é que o vinho deve ser degustado à temperatura ambiente. Porém, os estudos que apontam essa prática se referem a locais de temperatura amena a fria, onde 15°, 16°C são corriqueiras.
Em relação aos aromas, se o vinho estiver muito gelado, entre 9°e 10°C, por exemplo, eles tendem a ficar mais difíceis de se perceber. Por outro lado, se estiver em alta temperatura, como 25°C, o álcool será predominante. Outro ponto é que, quanto mais baixa a temperatura do vinho, mais seus taninos e amargor se evidenciam.
3 – Encher muito a taça
É preciso ficar atento quanto à quantidade de vinho a ser servida. O ideal é ocupar ⅓ da taça. Se for servida muita quantidade, a tendência é que ele esquente antes mesmo da pessoa terminar de degustar todo o volume. Nesse caso, é até capaz de haver desperdício.
Como regra geral, nunca é bom servir mais da metade da taça, para a pessoa poder aproveitar ao máximo aquele volume de vinho na temperatura recomendada.
4 – Segurar a taça pelo bojo
Pela etiqueta, não existe uma regra única de como se segurar a taça. Entretanto, é recomendado segurá-la pela haste (parte da taça que liga a base ao bojo), pois assim evitamos sujar o bojo da taça, principalmente, quando houver harmonização.
Além de manter a temperatura do vinho que, em contato com a mão, aquece e perde rapidamente sua temperatura ideal de consumo.
5 – Ingerir outras bebidas fortes durante a degustação
Em uma degustação de vinhos, qualquer outro elemento pode acabar prejudicando sua experiência. Se esse elemento tiver aromas e sabores fortes, os sentidos ficam prejudicados e o vinho poderá revelar características desagradáveis que não seriam sentidas antes.
Por isso, evite ingerir destilados, cafés ou chás pouco antes ou durante a degustação. Para acompanhar um bom vinho, nada melhor do que uma taça de água.
6 – Ordem de serviço no “achômetro”
Quer degustar mais de um tipo de vinho e não sabe por onde começar? Não se assuste! Em vez de ir no “achômetro”, siga a tabelinha superprática para servir os vinhos na sequência correta:
Peso: Leves → médio corpo → encorpados
Tipo: Espumantes → brancos → rosés → tintos
Doçura: Secos → meio secos → doces
7 – Ignorar o poder da harmonização
A arte de combinar vinhos e comida se baseia no estudo das interações químicas que explicam o sucesso quase unânime das combinações consagradas. Por exemplo, churrasco argentino e Malbec, bem como o porquê de certas combinações serem rejeitadas pela maioria, como harmonização de ovo com vinho.
O objetivo buscado é o equilíbrio, pois um vinho sensacional pode “matar” um prato delicioso e vice-versa. A ideia é que a união do vinho e da gastronomia garantam um prazer maior do que a presença de cada um deles separadamente. E aqui, cabe pão com azeite, salgadinho de festa, pipoca, pizza de supermercado ou mesmo do delivery. O importante é potencializar seus momentos.
8 – Armazenar inapropriadamente
Você pode deixar vinhos e espumantes dentro da WineBox (que é um ambiente escuro) ou em armários. Busque por um ambiente sem luz direta. É muito importante não deixá-los em ambientes que recebam fontes de calor, como cozinha, varanda ou próximo a janelas. O local deve ser o ambiente que possui a temperatura mais amena da residência.
A temperatura média tida como ideal para conservação do vinho é 13°C, aceitando um máximo de variação de 2°C ao ano. Quanto mais calor o vinho pegar, maior a velocidade das reações químicas, fazendo com que o amadurecimento do exemplar seja muito mais rápido. Assim, ele vai se perder em um tempo mais curto também.
Para a rolha não ressecar e levar ao vazamento do vinho, mantenha-o em um ambiente com a umidade relativa entre 65% a 70%. Baixa umidade pode ressecar a rolha e excesso pode facilitar o surgimento de mofo. O local onde o vinho será armazenado precisa ser livre de trepidação (pequenos tremores). Caso deseje, pode também optar por comprar uma adega portátil.
9 – Não tomar água
A presença da água junto à taça de vinho é de suma importância, pois nossa bebida preferida, assim como outras bebidas que contém álcool, são diuréticas e ajudam na desidratação do corpo humano.
Além disso, se você vai beber vários tipos de vinhos, a água ajuda a limpar o paladar, entre um exemplar e outro. A sensação de bem-estar será muito maior na presença dela e ajudará a evitar o efeito do álcool no dia seguinte.
10 – Achar que só vinho caro é bom
O primeiro ponto é entender que o gosto pessoal que irá definir qual é o melhor vinho para você. Se você já fez alguma degustação às cegas, pode ter se surpreendido. Você pode ter percebido que o melhor vinho para você não era o mais caro daquela mesa e, às vezes, nem mesmo o mais apreciado pela maioria.
A sugestão aqui é ter experiências baseadas na uva, no terroir, no tipo de amadurecimento ou outros pontos, e que o preço seja apenas uma delas, não a principal.
Via Site Sete Lagoas – Festival Enogastronômico